Estratégias para fomentar inovação e colaboração nas empresas

julho, 2024‎ ‎ ‎ |

‎Por Rodolfo Bastos

Vivemos em um momento em que a inovação e a colaboração são traços essenciais para a cultura organizacional, especialmente em um mercado cada vez mais acelerado e disruptivo. Diversas teorias sociológicas tentam explicar a complexidade e a velocidade do mundo atual. O conceito de mundo VUCA (Volátil, Incerto, Complexo e Ambíguo), embora já desatualizado, ficou bastante conhecido por ajudar a explicar um pouco do contexto em que estávamos vivendo. Porém, com o passar dos anos, passou a ser repensado e deu lugar a outras teorias mais modernas, como o mundo BANI (Frágil, Ansioso, Não-linear e Incompreensível) e o mundo Pós-Normal. Todas essas teorias, entretanto, têm o aumento da complexidade e a dificuldade em traçar relações de causa e efeito como centro delas e refletem, primeiramente, sobre a necessidade de adaptação rápida e eficaz às mudanças que serão cada vez mais breves, enquanto se tornam a única constante.

Para continuar a competir efetivamente em um mercado globalizado, de comunicação cada vez mais instantânea e tecnologicamente avançado, as empresas precisam cultivar uma cultura que se lastreia em um modelo mental inovador e adaptável, entendendo que cada vez se torna mais difícil, quando não impossível, acompanhar todas as mudanças sozinhas. É aqui que a colaboração se torna vital e se mostra uma peça central de um quebra-cabeça de competências-chave para o sucesso. Treinamentos específicos para incentivar o modelo mental colaborativo, eventos que fomentem a inovação e o trabalho em equipe, além da criação de academias internas e o fortalecimento de áreas e disciplinas como Gestão da Informação e do Conhecimento (GIC) se tornam estratégias importantes para dar conta de toda essa transformação. Eventos estruturados, como os HackDays que tenho organizado na minha diretoria, exemplificam como essas práticas podem ser integradas ao dia a dia dos times, incentivando a inovação e a colaboração prática, ajudando inclusive a colocar a busca por resultado como algo natural na construção de novos projetos.

O conceito em si de HackDays (ou Hacktons como também são chamados), por exemplo, é uma forma eficaz de trazer esse espírito colaborativo e inovador para o ambiente de trabalho. Durante esses eventos, equipes são incentivadas a pensar fora da caixa, desenvolver novas soluções e compartilhar conhecimentos. Todo o evento acontece em um formato de tiro curto, utilizando-se de um ambiente diferente daquele do dia-a-dia, com uma dinâmica de trabalho que incentiva a colaboração ao seu limite devido à escassez do tempo. Todo esse ecossistema, atrelado a momentos de descontração durante o evento que ajuda a tirar a pressão e trazer leveza para o momento que poderia ser tenso, faz desse tipo de iniciativa um incentivador para pensar como trabalhamos no nosso dia-a-dia e provoca no como podemos trazer parte dessa vivência para os processos mais rotineiros, buscando mais agilidade e adaptabilidade para nossas entregas. Isso não apenas promove a inovação, mas também fortalece os laços entre os colaboradores, criando um ambiente mais coeso e adaptável, que passa a se moldar mesmo na escassez e consegue explorar o melhor de cada indivíduo em busca do resultado do grupo.

A inovação contínua e a colaboração são essenciais para prosperar no mercado atual. É impossível pensar em sucesso no mundo moderno centrando a solução apenas em uma pessoa ou em uma ideia 100% individual. A colaboração e a diversidade se tornam, portanto, ferramentas importantes para dar conta da complexidade, ambiguidade, volatilidade e incerteza que nos cercam. À medida que o mundo se torna mais complexo e interconectado, as organizações que conseguem integrar esses valores em sua cultura organizacional estarão mais bem preparadas para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades que surgirem.

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Rodolfo Bastos

Diretor da Globo, com mais de 15 anos de experiência em Planejamento Financeiro e Business Strategy, atuando hoje em Soluções para o Consumidor e Inteligência de Produtos Digitais e Canais Pagos. Pai da Isabela, maratonista e botafoguense.

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