Sua empresa está preparada para o AI Act?

julho, 2024‎ ‎ ‎ |

‎Por Eduardo Magrani

O cenário regulatório está mudando rapidamente com a introdução do AI Act pela União Europeia. Esta legislação inovadora busca estabelecer um framework robusto para a transparência e a responsabilidade na utilização de sistemas de inteligência artificial. Empresas que atuam no mercado europeu, ou cujos sistemas são utilizados dentro da UE, precisam se adaptar rapidamente para evitar sanções severas e aproveitar as oportunidades desta nova era digital.

Aprovado em março de 2024, o AI Act (Artificial Intelligence Act) é uma legislação da União Europeia destinada a regulamentar a utilização de sistemas de inteligência artificial, estabelecendo normas rigorosas para garantir a transparência, a segurança e a responsabilidade. O objetivo é mitigar os riscos associados à IA, protegendo os cidadãos e promovendo a inovação ética. O AI Act entra em vigor 20 dias após sua publicação no Jornal Oficial da UE, com um período de adaptação de 24 meses para a maioria das disposições. No entanto, algumas regras, como proibições específicas, começarão a valer já em 6 meses, e aspectos relacionados a modelos de IA de propósito geral em 12 meses.

O AI Act classifica os sistemas de IA em diferentes níveis de risco, desde aplicações de risco mínimo até aquelas que são totalmente proibidas. Aplicações de alto risco, que incluem áreas críticas como infraestrutura, educação, saúde e serviços financeiros, exigem rigorosos regimes de avaliação e conformidade.

Dados Comprovam a Necessidade de Conformidade

A necessidade de conformidade nas empresas é evidente, pois a adoção de práticas de compliance robustas resulta em um aumento significativo na confiança do consumidor e na eficiência operacional. Além disso, a falta de conformidade pode levar a multas pesadas, que podem impactar negativamente o faturamento anual global da empresa, conforme as novas diretrizes.

Passos para a Conformidade

  1. Sistema de Gestão de Riscos: Implementar um sistema que avalie e mitigue riscos ao longo do ciclo de vida do sistema de IA.

  2. Governança de Dados: Assegurar que os dados de treinamento, validação e teste sejam representativos, relevantes e livres de erros na maior medida possível.

  3. Documentação Técnica: Manter uma documentação detalhada que demonstre a conformidade e forneça informações necessárias às autoridades regulatórias.

  4. Registro de Eventos: Projetar sistemas de IA que registrem automaticamente eventos críticos para a identificação de riscos em nível nacional e modificações substanciais.

  5. Supervisão Humana: Garantir que os sistemas de IA de alto risco permitam a implementação de supervisão humana eficaz.

Empresas que aderem ao AI Act não apenas evitam penalidades, mas também se posicionam como líderes em ética e inovação tecnológica. Isso pode resultar em uma vantagem competitiva significativa, atraindo investidores e clientes que valorizam a responsabilidade corporativa.

A conformidade com o AI Act é mais do que uma obrigação legal – é uma oportunidade para as empresas se destacarem em um mercado cada vez mais competitivo. Prepare-se agora para não apenas cumprir as novas regras, mas também para liderar o caminho na transformação digital responsável.

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Eduardo Magrani

Doctor of Laws. Affiliate at the Berkman Klein Center for Internet & Society at Harvard University. Professor of Law & Technology at the Catholic University of Lisbon. Senior Consultant at CCA Law Firm on TMT in Portugal.

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