Como a inteligência artificial está transformando a convivência em um mundo solitário

agosto, 2024‎ ‎ ‎ |

‎Por Alexandre Messina

A inteligência artificial (IA) está se tornando uma presença constante e significativa na vida cotidiana, especialmente em um mundo que enfrenta um crescente isolamento social. De acordo com um estudo da Pew Research Center, cerca de 28% dos adultos americanos vivem sozinhos, um número que tem aumentado gradualmente nas últimas décadas . Nesse contexto, a IA surge como uma solução potencial para preencher lacunas emocionais e sociais.

Os assistentes virtuais, como Alexa da Amazon e Google Assistant, não são apenas ferramentas de conveniência, mas também atuam como companheiros para muitas pessoas. Um estudo da NPR e da Edison Research revelou que 44% dos usuários de assistentes virtuais consideram esses dispositivos parte de suas famílias . Além disso, esses assistentes podem proporcionar interações que ajudam a mitigar a sensação de solidão, oferecendo lembretes amigáveis, diálogos básicos e até mesmo piadas para animar o dia.

A robótica social também está ganhando destaque. Robôs como Jibo e Pepper foram projetados para interagir de maneira mais humanizada, criando conexões emocionais com seus usuários. Pesquisas indicam que interações regulares com robôs sociais podem reduzir significativamente os sentimentos de solidão e depressão em idosos . Em uma sociedade onde a solidão se torna um problema de saúde pública, a presença de tais robôs pode ser uma solução vital.

Além disso, a IA está sendo integrada em plataformas de saúde mental. Aplicativos como Woebot e Replika usam inteligência artificial para fornecer apoio psicológico, oferecendo conversas terapêuticas e monitorando o bem-estar emocional dos usuários. Um estudo publicado no JMIR mHealth and uHealth destacou que usuários de aplicativos de saúde mental baseados em IA experimentaram uma redução de 21% nos sintomas de depressão após quatro semanas de uso .

Outro campo em que a IA está se tornando indispensável é o de cuidados para idosos. Dispositivos como o robô ElliQ são projetados para ajudar os idosos a se sentirem mais conectados e engajados, oferecendo lembretes para tomar medicamentos, realizar exercícios e até manter contato com familiares e amigos. Estudos mostram que tais interações podem aumentar a qualidade de vida dos idosos, promovendo um senso de propósito e inclusão.

E no lado da IA Generativa, empresas como a Character AI, fundada pelo brasileiro Daniel Freitas, já apresenta mais de 300M de visitas mensais em seu site, onde as pessoas podem interagir com Agentes de IA pra diversos casos de uso, evitando que se sintam solitárias.

E a pergunta que fica: será que as IAs vão nos ajudar a vencer o sentimento de solidão, ou ela irá afastar ainda mais as pessoas, fazendo com que elas evitem se comunicar com outras pessoas?

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Alexandre Messina

Alexandre Messina, fundador da Zaia, uma plataforma no code de criação de Agentes de IA pra atendimento ao cliente. Além disso, é MIT Innovator Under 35, na categoria de IA, e leciona aulas semestrais na faculdade Exame e IBMEC sobre a IA Generativa nos negócios. Second time founder, fez um exit da sua primeira startup para Americanas, onde atuou como Head de Venture Capital

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