A importância da cultura analítica na liderança moderna

agosto, 2024‎ ‎ ‎ |

‎Por Giuliane Paulista

Não há como negar, dados hoje são o principal ativo estratégico de qualquer empresa. Dados da McKinsey mostram que empresas que usam seus dados de forma eficaz têm 23 vezes mais chances de adquirir clientes e 19 vezes mais chances de serem lucrativas do que aquelas que não utilizam. Satya Nadella, CEO da Microsoft, afirmou que todas as empresas que querem ter sucesso atualmente precisam começar a pensar e operar como uma empresa digital.

O fato é que, com a explosão da quantidade de informações disponíveis, e as novas tecnologias como IA e IA Generativa, líderes que não adotam uma cultura analítica estão ficando para trás. Desenvolver a maturidade analítica nas organizações não é apenas uma tendência, mas uma necessidade para a liderança eficaz, uma mentalidade necessária em tempos de transformação.

Mas o que é maturidade analítica?

A maturidade analítica é o processo de evolução de um negócio em relação à forma como dados são usados no contexto corporativo. Sem desenvolver maturidade analítica, é possível que a empresa passe anos estagnada, sem aproveitar o potencial desses recursos para decisões mais inteligentes e inovadoras.

E como desenvolver uma cultura analítica em minha empresa? Como evoluir para uma abordagem digital que priorize os dados na tomada de decisão? Neste texto, exploraremos como a cultura analítica pode transformar a liderança e proporcionar vantagens competitivas significativas para as organizações.

Podemos dizer que uma cultura orientada a dados possui três pilares principais, que também podem ser considerados etapas do processo de construção de uma estratégia data-driven: Processos, Cultura e Governança.

Processos: defina o quê e o como

    Este pilar trata principalmente da coleta, armazenamento e tratamento de dados, ou seja, quais e como estão sendo coletados os principais dados que podem ser relevantes para o negócio. Informações de clientes, produtos, vendas e cancelamentos, funcionários, interações em canais digitais, conversas em chats, dados de atendimentos… enfim, são múltiplas possibilidades que passam por definir também aspectos técnicos da arquitetura, armazenamento e processamento, sejam dados estruturados ou não estruturados, de maneira eficiente e segura.

    Um tratamento adequado garante que os dados tenham qualidade, sejam precisos, atualizados e acessíveis, permitindo que a organização tome decisões informadas e estratégicas. Além disso, o tratamento de dados deve estar alinhado com as regulamentações de privacidade e segurança, protegendo as informações sensíveis e mantendo a confiança dos clientes.

    Cultura: engaje as pessoas, de todos os níveis

      A cultura analítica envolve a utilização de dados para tomar decisões informadas. Isso significa integrar a análise de dados em todos os níveis da organização, desde a alta administração até as operações diárias, ou seja, de que maneiras as informações estão sendo analisadas e consumidas na tomada de decisão.

      Para tanto, é fundamental capacitar o corpo funcional em habilidades analíticas (engenharia de dados, ciência de dados, IA, data viz, web analytics) e também a liderança quanto ao valor estratégico dos dados, de forma a gerar insights valiosos para o negócio e utilizar as informações geradas na gestão. Para isso são necessários mecanismos que facilitem a democratização do conhecimento e compartilhamento da informação gerada, tais como dashboards, relatórios, modelos, aplicações etc., e que requerem patrocínio e engajamento da alta administração.

      Líderes que adotam uma cultura analítica são capazes de tomar decisões mais assertivas e eficazes. Eles utilizam dados para prever tendências de mercado, identificar oportunidades de crescimento e otimizar processos internos. Além disso, esses líderes são capazes de responder rapidamente a mudanças no ambiente de negócios, tornando suas organizações mais ágeis e resilientes.

      Governança: organize e escale para potencializar os resultados

        A palavra governança pode remeter a burocracia, mas no contexto da IA, essa tem sido uma das palavras mais comentadas pelas lideranças de tecnologia. A governança vai muito além de regras ou políticas, abrangendo principalmente qual o valor implícito no uso dos dados para toda organização, e diretrizes que norteiam como os dados e produtos de dados são governados.

        A governança de dados é essencial para garantir que os dados sejam usados de maneira ética, segura e eficiente. Ela estabelece os papéis e responsabilidades nos processos para a gestão de dados, assegurando a qualidade, integridade e disponibilidade das informações.

        Além disso, a governança de dados ajuda a alinhar os objetivos de negócios com as práticas de gerenciamento de dados, promovendo a transparência e a conformidade com as regulamentações. Com uma governança sólida, as organizações podem maximizar o valor dos dados, reduzir riscos e tomar decisões mais informadas e estratégicas.

        Benefícios da Cultura Analítica

        Adotar uma cultura analítica traz inúmeros benefícios para as empresas, incluindo:

        1. Tomada de decisão aprimorada: Decisões baseadas em dados são mais precisas e menos sujeitas a erros.

        2. Aumento da eficiência operacional: Identificação de gargalos e otimização de processos.

        3. Melhoria na experiência do cliente: Personalização de ofertas e melhoria do atendimento.

        4. Vantagem competitiva: Empresas que utilizam dados de forma eficaz são mais competitivas.

        A cultura analítica não é apenas uma ferramenta, mas um componente essencial para a liderança moderna. Líderes que abraçam essa cultura estão melhor equipados para navegar pelas complexidades do mercado atual, tomar decisões mais inteligentes e impulsionar suas organizações para o sucesso. Ao promover e adotar uma cultura orientada a dados, você estará não apenas aprimorando suas habilidades de liderança, mas também garantindo um futuro mais sólido e promissor para sua empresa.

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        Giuliane Paulista

        Top Voice LinkedIn em Inovação Tecnológica. Executiva de IA e Analytics no Banco do Brasil, mais de 25 anos de experiência no mercado financeiro com passagem em várias áreas de negócio, estratégia e risco. Graduada em Economia, com pós em Sustentabilidade, Mestrado em Marketing Estratégico, formação em IA no MIT e Inovação e Tecnologia em Stanford. Conselheira Certificada e membro de Comitês de Assessoramento. Prêmios de inovação, experiência do cliente e métodos ágeis com projetos implementados. Apaixonada por inovação com propósito, intraempreendedorismo e mentora voluntária.

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